Habituamo-nos a deixar para segunda vez, ou para segundo plano, os nossos interesses mais prementes.
Ou seja, o nosso bem-estar interior, íntimo. O nosso sentir paz haja o que haja.
Vamo-nos desleixando, para seguir o que os outros querem, ou necessitam, mesmo que isso intimamente nos contradiga.
Por isso, um dia acordamos com um amargo de boca, sem saber porquê.
Depois, vem a tristeza, o alhear dos dias...
Vai embora o carinho que já não conseguimos dar às pequenas coisas.
Sentimos fugir a alegria sã que espreitava a cada momento.
Deixamos fugir os dias, em vez de os deixar fruir.
Depois, ainda, vem alguém diagnosticar isto de cansaço excessivo conducente à depressão. E pronto! Passamos a estar perfeitamente ambientados ao resto das gentes que têm tal coisa. Tal depressão que nós, enquanto felizes por pouco ou coisa nenhuma, nem sabíamos que existia.
Nós temos de tudo, apenas não arranjamos algo para nós. Um algo que gostemos de fazer e nos encha os pulmões… de alegria.
E o tempo vai macerando a dor.
A dor? A dor de quê?
A dor de não nos entendermos. E, se entendemos sempre os outros… esses habituaram-se a ser entendidos. Não se habituaram a entender quem os entendia e sabia, até antes deles, o que se passava.
Adeus! Ohhh! Vou tratar-me, porque não quero chegar tarde para mim. Senão pode não sobrar nada de mim, para tratar.