Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010
Tanto calor e tanto frio.
E tanta sensibilidade sem conhecimento.
E… tanto pesar por não entender…
Tanta alegria por reencontros com aqueles que se tornaram invisíveis, há muitos anos…
Tantas perguntas que ficam ainda por fazer.
Ou não, porque se elas ficam paralisadas na garganta, sempre foram elaboradas pelo pensamento e então eles devem saber e poderão responder.
E respondem, mesmo que não os consigamos perceber. Porque cada pessoa tem uma vibração apropriada que nem sempre consegue distender no imediato e precisamente naquela outra onda que surge.
O tempo e o espaço alteram-se e podem tornar-se instantâneo, ou perto e fácil o que era longínquo e quase esquecido.
Com paciência pode observar-se que o mundo se desdobra em mundos, que o tempo das nossas horas apertadas de afazeres se desdobra num tempo sem horas e os lugares alargam-se num espaço… hum… infinito ou… finito mas sem vislumbre do fim da estrada…
- Pronto, finalmente acordaste! Dormes há 2 dias ininterruptamente e sem explicação, sem febre, nada... Que cansaço deverias ter?!
- Hã? Mas tenho todo o tempo do mundo, não os ouviste?
- Vou ouvir o carro não tarda, esse sim, vou ouvir!
Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2010
Com todo este frio é muito difícil sair da cama e levantar, preparando-nos para um dia inteirinho de frio.
- Esse é o problema de quem trabalha ao ar livre.
- Se é! Mas coitados dos que não têm casa, ou que não a têm em condições de fazer frente aos frios.
- O frio tolhe os movimentos…
- Até os pensamentos! Parece que tudo fica entorpecido. Nem consigo imaginar as pessoas que vivem perto dos Pólos.
- Todos vamos aclimatando o organismo às condições necessárias para a vida, porque o instinto de sobrevivência age constantemente a nosso favor.
- No entanto todos os anos há vítimas, o que torna evidente que só o instinto não chega.
- Se calhar deveríamos todos aprender um pouco de Yoga e ajudar o dito instinto a suportar tudo o que tem que enfrentar.
- Se calhar deveríamos ter outro tipo de educação, e uma instrução mais prática, ligada às capacidades de sobrevivência.
- O que também nos consciencializaria das consequências dos pequenos grandes erros que se fazem nas construções e por aí fora, contra o ambiente e, obviamente, contra nós.
- Pois, pois, o saber e o conhecer são das mais belas capacidades do Homem!
Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010
- Impessoas não existe, mas existem pessoas.
- Não existem, mas poderiam existir linguisticamente pois, em boa verdade, tal existe.
- Que queres dizer? que são minerais, plantas ou animais…
- Quero dizer que se regem por directrizes impessoais. Os sentimentos altruístas, qualitativamente chamados de bons estão, digamos assim, bloqueados. São seres humanos, nada mais, reduzindo a questão a este modo simplista.
- Hum, e visto desse modo simplista, os animais ultrapassam-nos?
- Em larga escala! Já viste como o panda enlaça os filhos carinhosamente, sobretudo após algum perigo que tenham sofrido? Ou os pássaros e, enfim, todos os animais, que podemos observar facilmente, a olho nu. Todos têm capacidades para ultrapassarem o que classificamos de estado animal, sem necessitarmos de perder mais que uns minutos a observar a diferença de indivíduo para indivíduo dentro da mesma espécie.
- Têm diferenças como nós, digo, como as que apresentamos entre nós, humanos?
- Digo que todos os seres apresentam diferenças entre si, incluindo os que classificamos por igual e semelhantes, diferenças que aumentam durante o seu percurso pela vida.
- Essas diferenças são entre os estados de infância-juventude-adulto-velho?
- Estava a pensar exclusivamente nas diferenças de atitudes entre os animais já adultos, porque as outras são mais ou menos óbvias.
- Estás a referir-te àqueles que sofrem a influência humana, tais como os animais domésticos?
- Aos que não sofrem qualquer influência humana, mas que são observados e estudados sem qualquer interferência no seu habitat.
- Voltando aos humanos, quando dizes impessoas, referes-te à personalidade?
- A personalidade está sempre lá, enquanto conjunto de características individuais, com possibilidades de constante mudança e alteração. Digo impessoas se não projectam humanismo.
Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2010
Rir é o melhor remédio! – diz o povo e dizem todos os que estudam o ser humano e o seu bem-estar.
Porque rir estimula músculos e órgãos e toda a estrutura fisiológica, toda a estrutura mental e predispõe o indivíduo à felicidade, ao bem-estar, à paz interior.
Este rir não é o rir arrogante sobre os outros, que podem estar em atitudes ou situações ridículas ou infelizes.
É, sim, o rir de alegria franca e de felicidade.
Este rir é o saudável, é uma autêntica terapia para o bem-estar do ser, segundo os médicos, físicos, psiquiatras e cientistas das mais diversas áreas.
Rir é relaxar, é confiar, é seguir emoções altruístas que enaltecem tudo e todos os que estiverem perto.
O riso fácil é contagioso e, por vezes, uma risada ou uma gargalhada, diluem completamente ambientes que estão a ficar tensos.
Diluem os dramas que, como tudo, existem para serem superados e não para desesperar.
Felizes, sem dúvida, os que têm facilidade em rir alegremente a cada dia.
Afortunados também os que tentarem…
Sexta-feira, 1 de Janeiro de 2010
Início de ano, novas intenções
depois do balanço, projecções
ano para novas metas alcançar
mãos à obra que já se faz tarde
enquanto o estimulo 'inda arde
para o entusiasmo não s'apagar
Entremos desde logo em acção
lapiseiras em riste e inspiração
libertem esses génios criadores
vamos dar poemas ao ano novo
emitir na poesia a voz do povo
sendo escrutinados p'los leitores
Façamos odes aos sentimentos
alegremos p'los padecimentos
pintemos com letras as alegrias
criemos mundos da nossa lavra
dando uma vida a cada palavra
exultemos pelas nossas poesias
Como? Quanto? – São perguntas de todos os dias formuladas por quem pretende comprar algo, ou então avaliar esse algo em termos de mercado actual.
Os valores de mercado têm uma característica: a sua actualização de modo constante, em qualquer parte do mundo.
A realidade dos dias de hoje é a promoção dessas actualizações ao instante, de modo premente e, claro, sob regimes de grandes, e até desmedidas, explorações individuais e familiares ou de grupos interessados em, simplesmente, manter a sua actividade profissional.
Não se trata de concorrência, dessa concorrência saudável e oficial – digamos assim; mas sim do aproveitamento desregrado que é sempre usual em situações de crise.
A corda rompe sempre pelo lado mais fraco, diz o ditado popular e a realidade, através dos tempos, confirma-o constantemente.
- Então o melhor é não ter nada e andar despreocupado pela vida, que alguém há-de pagar…
- O melhor é tomar conhecimento das situações, agir de modo razoável e com a firmeza que for possível pois a dignidade é íntima do ser e transparece a quem a puder ver.