Sexta-feira, 27 de Novembro de 2009

 

- Quem sofre mais? O que fala e refila ou o que amargura e cala?
- Não faço ideia, porque o que fala está a exprimir a dor que sente de modo tão violento quanto a força que esta tem nele. O que cala, pode calar porque nem tem forças para falar ou reagir ou porque nem percebe bem o que lhe acontece, sobretudo se tal situação não lhe é, sequer, admissível.
- Então, para ti, são iguais os sofrimentos?
- Bem, os sofrimentos dos outros não se pode medir, cada um é que sabe o que sente e quão agudo é esse sentimento no seu íntimo. Há pessoas, mais dadas à força incontrolada de emoções que, por uma discussão mais acesa, vão dar ao hospital com ataques cardíacos, falta de ar, etc. Outros há que penam o inconcebível e nem sequer encontram forças para chorar e desanuviar, fisicamente, a dor incontrolável que sentem. Inclusive, mal sentem as lágrimas que lhes escorrem pelo rosto, sem qualquer soluço nem pranto – em quietude… Como falar da dor alheia? Com que direito?
- A ideia era obter uma análise, simplificada, das várias situações.
- Mas como é possível simplificar a dor? A dor pode ser física, de mal-estar físico, e a dor pode ser, também, moral-mental. A primeira implica sempre, e imediatamente, a segunda. Porém, dor sentida mentalmente implica que, mais cedo ou mais tarde, determinado mal-estar físico venha a surgir.
- Então?
- Então, somos seres psico-somáticos, mesmo! Tudo está relacionado em nós e para minimizar as consequências, resta-nos aprender a disciplinar as emoções em prol de sentimentos que possam ser defensivos para a nossa saúde global. Temos uma vida - e morte - para enfrentar e todas as capacidades que temos, mentais e físicas, são necessárias para a boa conclusão das situações que aparecem e para o progresso individual. As possibilidades de progresso que uma vida fornece, segundo algumas opiniões, apenas é fornecida, metodicamente, a quem já merece esta oportunidade; porque, dizem os mesmos, que muitos seres há que nem essa hipótese obtêm ainda, por falta de mérito.
- Sem palavras!
- Recolhes-te ao silêncio?
- …


publicado por eva às 23:35 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Sexta-feira, 20 de Novembro de 2009
Os céus adquirem colorações tão variadas como as nossas emoções, como as nossas energias…
Tudo em nosso redor é energia, ondas e ondas de energias. Nós somos energia, energias várias.
Habitualmente imaginamos as energias colorindo-as desde o preto ao branco, e cada cor tem um significado especial para nós. Significado esse que pode ser diferente de pessoa para pessoa.
É assim que consideramos cores diferentes, e tonalidades também variadas, conforme a intensidade ou suavidade das virtudes, qualidades, emoções, etc.
É assim que vemos os ambientes por onde andamos, os que vamos enfrentar.
E é assim, também, que interpretamos o nosso futuro nos céus, conforme vamos passando por baixo deles e quando os observamos com essa finalidade.
- Afinal, é tudo subjectivo e de interpretação tão ampla quanto quisermos.
- Ou formos capazes de ser intérpretes – menos ou mais humildes em relação ao maravilhoso que nos transcende.


publicado por eva às 22:32 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quinta-feira, 19 de Novembro de 2009

Escondo as emoções por fora, mas não escondo os sentimentos por dentro. Eu, que nasci só, continuo só e morrerei só, nunca fui feliz, e já nem a isso ambiciono, sendo as ambições meras ilusões de desejada felicidade. Se não te dissesse que te queria tu nunca o saberias, e eu nunca teria ambicionado a ser feliz. Mas disse-te, mas ambicionei, e agora no meu peito trago uma negra pedra dura que me pesa na alma como toneladas de solidão. Mas eu apenas ambiciono a não ter ambicões e continuo o meu viver com tal indeferença que já nem tédio sinto, nem tristeza, nada. Um dia, talvez eu tenha filhos, um dia, talvez, enquanto olhamos a mesma lua, eu ambicione que a olhemos juntos...



publicado por Mário Ramos d´Almeida às 21:45 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Domingo, 15 de Novembro de 2009

A estas convicções que são minhas

torces o nariz, dizes que não gostas

sem explicação viras-me as costas

afirmas que tortas são estas linhas

 

Ao meu modo de vida chamas abuso

exiges radical mudança de atitude

e, quem sabe, aí a tua opinião mude

a essa chantagem me nego e recuso

 

Cada um faz da vida o que lhe apraz

desde que não prejudique ninguém

não existem razões para afastamento

 

Se conviver comigo tu não és capaz

e por divergências me tens desdém

só posso dizer uma coisa: Lamento!

 


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publicado por manu às 16:00 | link do post | comentar | ver comentários (8)

Sexta-feira, 13 de Novembro de 2009

Saber livreiro quer dizer conhecimentos baseados nos livros, mas hoje, com o desenvolvimento da Internet, esse conhecimento pode ser ampliado milhares de vezes e ao alcance de um clic.

Não precisamos correr para as livrarias, nem esperar que façam a encomenda para daí a 15 dias ou mais, porque nem sequer a obra é editada, ou até reeditada, no país.
Hoje a cultura está ao alcance de todos ou por via oral – dos contadores de histórias – que se mantêm em todas as sociedades, ou por via escrita, e esta em qualquer suporte, desde o simples papel, ao dvd e ao ecrã de comutador.
- Deveríamos ser mais cultos que em qualquer época anterior, não era?
- Poderia ser assim, mas não somos. Somos, sim, cada vez mais práticos e especializados em micro-assuntos e os nossos amigos são igualmente peritos nos mesmos assuntos. Não é mais o convívio pela proximidade, ou vizinhança…
- Pois não, nem sequer conhecemos os que vivem paredes-meias com o nosso apartamento, ou na casa ao lado e, menos ainda, os do mesmo quarteirão ou rua.
- Parece assistirmos a um afastamento gradual entre seres humanos. Porém, quando há desgraças ou catástrofes as pessoas unem-se, como sempre se uniram. O que há são novas maneiras de viver a vida com os tempos que voam para a quantidade de tarefas agendadas. As rotinas sempre tornaram esses tempos mais fáceis e mais apagados, em termos de luz mental.
- Já reparei nisso. Nem sequer penso; ajo como um robot em grande parte do dia e se, por acaso, fecham o trajecto habitual, por obras ou algo assim, fico meia tonta sem saber, no imediato, o que fazer…
- Devemos ser nós a escolher as rotinas para as nossas facilidades, mas não deixar que essas se instalem comodamente nas nossas vidas. Devemos estar despertos para a vida e darmos-lhe hipótese de nos mostrar uma bela surpresa a cada dia e sem temores, e aceitar as outras que temos que ultrapassar com constância de valores e paciência.


publicado por eva às 16:57 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quarta-feira, 11 de Novembro de 2009

Às vezes, creio que só às vezes, a vida sabe a beijos deixados roubar. E nada mais existe de bom senão isto. Mas, tal como a vida, o beijo termina, e durante existe a angustia de o saber mortal.

Ah!, se eu tivesse alguém a quem os roubar, eu seria feliz, às vezes...



publicado por Mário Ramos d´Almeida às 19:43 | link do post | comentar | ver comentários (6)

Sábado, 7 de Novembro de 2009

Este meu rosto queimado p'la vida

com as rugas que o tempo me deu

já foi lácteo, entretanto escureceu

com conta, peso e alguma medida

 

Este meu corpo cheio de cicatrizes

vergado ao sabor de mil amarguras

combateu o destino e suas agruras

e também viveu momentos felizes

 

Hoje sou como sou, por culpa minha

sou apenas resultado do que vivi

ninguém me exigiu este desfecho

 

Tracei o meu caminho nesta linha

neste percurso, eu assim me defini

razão pela qual jamais me queixo


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publicado por manu às 18:29 | link do post | comentar | ver comentários (8)

Sexta-feira, 6 de Novembro de 2009

O céu luminoso do dia e radioso pelo Sol que brilha. O céu escuro está rendilhado de branco dos astros iluminados pelo mesmo Sol que até a Lua ilumina sem ninguém ver.

- Ora! E nós, quantas vezes pensamos algo que, bem vistas as coisas, não é mais que ledo engano…

- E que só mais tarde, por vezes demasiado tarde, verificamos não ser nada semelhante ao que pensámos e que decidimos em conformidade.

- Então que fazer? Deixamos de pensar e decidir em relação às coisas?

- Olha ali, parece uma chuva de luz, que poderia ser de estrelas ou cometas ou outrossim… Como saber, agora, o que é, sem os instrumentos necessários?

- Porque…?

- Porque a luz que hoje vemos mais não é que o reflexo de algo que já foi, já aconteceu há muitos e muitos anos antes. Hoje a realidade, naquele lugar, pode e deve ser completamente diferente do que nos aparece agora à vista desarmada.

- Porque…?

- Porque tem a ver com a velocidade e a propagação da luz no espaço até ser possível a sua visão da Terra a olho nu.

- Então…?

- Então tudo pode ser ilusão, neste momento, e poderemos mal ajuizar precisamente por essa aparência.

- Então…?

- Então podemos analisar os acontecimentos, formar os nossos ideais de ética, mas não devemos julgar nem culpar, mas ter pensamentos cristãos e, se for da nossa fé, pedir a Deus por essas vítimas de engano ou infortúnio conforme nos parecem ser.

- Tudo se passa como no céu que vemos?

- A Natureza pode ser nosso espelho e é nossa sobrevivência física e mental, se deixarmos.



publicado por eva às 19:27 | link do post | comentar | ver comentários (5)

Foram tantas as fôrmas que me são sinicamente presenteadas,

Sob os mais diversos disfarces e nomes,

Preparadas pelos alheios desejos, vontades e sonhos frustrados de vidas suspensas pelo comodismo justificado por um divinizado conformismo,

E que são ridiculamente impostas por acuações emocionais.

 

Fôrmas às quais deveria me submeter para que as minhas formas atendam os movimentos, os resultados, os passos e os comportamentos formulados por expectativas que guiam planos de vida traçados e postos em execução sem minhas concessões,

Que desconsideram, inclusive, as minhas vontades, minhas loucuras, minhas manhas, minhas frescuras.

 

Formas assumi das fôrmas que entrei, porque quis; também as rejeitei e a elas retornei, porque sim!

Não me trato de uma metamorfose, ou de uma rebeldia desvairada contra vida; ao contrário, apenas de uma apaixonada loucura pela vida, como eu quiser.

A cada passo faço meu caminho, guiado apenas pelas minhas vontades, que desalinham planetas, embaralham cartas, desorientam anjos e multiplicam números.

 

Sou a mancha que encarde a melhor das camisas,

Sou a rasura que incomoda no canto da página,

Sou a pequena nuvem grossa no céu azul de uma quente tarde de domingo,

Sou errante, inesperado, inconveniente; livre para mim e feliz de mim.

 

Àquelas fôrmas, deixo minha arrogância;

Aos seus proponentes, o meu sarcasmo;

Aos enformados, os meus pêsames.

 


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publicado por Rafael Castellar das Neves às 01:16 | link do post | comentar | ver comentários (6)

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