Quinta-feira, 19.11.09

Escondo as emoções por fora, mas não escondo os sentimentos por dentro. Eu, que nasci só, continuo só e morrerei só, nunca fui feliz, e já nem a isso ambiciono, sendo as ambições meras ilusões de desejada felicidade. Se não te dissesse que te queria tu nunca o saberias, e eu nunca teria ambicionado a ser feliz. Mas disse-te, mas ambicionei, e agora no meu peito trago uma negra pedra dura que me pesa na alma como toneladas de solidão. Mas eu apenas ambiciono a não ter ambicões e continuo o meu viver com tal indeferença que já nem tédio sinto, nem tristeza, nada. Um dia, talvez eu tenha filhos, um dia, talvez, enquanto olhamos a mesma lua, eu ambicione que a olhemos juntos...



publicado por Mário Ramos d´Almeida às 21:45 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Quarta-feira, 11.11.09

Às vezes, creio que só às vezes, a vida sabe a beijos deixados roubar. E nada mais existe de bom senão isto. Mas, tal como a vida, o beijo termina, e durante existe a angustia de o saber mortal.

Ah!, se eu tivesse alguém a quem os roubar, eu seria feliz, às vezes...



publicado por Mário Ramos d´Almeida às 19:43 | link do post | comentar | ver comentários (6)

Quarta-feira, 28.10.09

Sou tudo o que a minha imaginação fez de mim. Existem espelhos mais sinceros que todas as minhas ideias de mim, que todas as minhas reflexões interiores, que tudo o que fizeram de mim. Por não acreditar em nada, nem mesmo em mim, fui perfilhado pela criação mais sombria de toda a humanidade. E ele é mau, e vingativo, e hedonista, e tudo me seria permitido se ao menos a minha crença nele existisse. Mas apesar de ele não existir, ele me perfilhou, e só não lhe agradeço, ó Lúcifer, porque tudo é ilusão, incluindo a minha própria presença aqui, neste espaço físico - assim se chama segundo me ensinaram. Mas apesar de tudo, há emoções no profundo abismo aberto no meu coração. E sou triste e sozinho. E há em mim desilusão e destempero. E tempos houve que em mim se acendiam iras e invejas, e urdiduras contra os indefesos. E se em tempos houve loucura, hoje existe lucidez, e é contra isso que eu sou indiferente porquanto toda esta realidade será, provavelmente, um mísero sonho de alguém. Ou, quem sabe, uma mera rasura num poema amassado esquecido num bolorento canto de um quarto inabitado...

 

 



publicado por Mário Ramos d´Almeida às 16:29 | link do post | comentar | ver comentários (13)

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