- Impessoas não existe, mas existem pessoas.
- Não existem, mas poderiam existir linguisticamente pois, em boa verdade, tal existe.
- Que queres dizer? que são minerais, plantas ou animais…
- Quero dizer que se regem por directrizes impessoais. Os sentimentos altruístas, qualitativamente chamados de bons estão, digamos assim, bloqueados. São seres humanos, nada mais, reduzindo a questão a este modo simplista.
- Hum, e visto desse modo simplista, os animais ultrapassam-nos?
- Em larga escala! Já viste como o panda enlaça os filhos carinhosamente, sobretudo após algum perigo que tenham sofrido? Ou os pássaros e, enfim, todos os animais, que podemos observar facilmente, a olho nu. Todos têm capacidades para ultrapassarem o que classificamos de estado animal, sem necessitarmos de perder mais que uns minutos a observar a diferença de indivíduo para indivíduo dentro da mesma espécie.
- Têm diferenças como nós, digo, como as que apresentamos entre nós, humanos?
- Digo que todos os seres apresentam diferenças entre si, incluindo os que classificamos por igual e semelhantes, diferenças que aumentam durante o seu percurso pela vida.
- Essas diferenças são entre os estados de infância-juventude-adulto-velho?
- Estava a pensar exclusivamente nas diferenças de atitudes entre os animais já adultos, porque as outras são mais ou menos óbvias.
- Estás a referir-te àqueles que sofrem a influência humana, tais como os animais domésticos?
- Aos que não sofrem qualquer influência humana, mas que são observados e estudados sem qualquer interferência no seu habitat.
- Voltando aos humanos, quando dizes impessoas, referes-te à personalidade?
- A personalidade está sempre lá, enquanto conjunto de características individuais, com possibilidades de constante mudança e alteração. Digo impessoas se não projectam humanismo.